Parcerias para enfrentamento da dependência química e aumento de pessoas em situação de rua
Publicado em 19/08/2022 10:56 - Atualizado em 22/08/2022 09:45
O atual cenário de Governador Valadares em relação à população em situação de rua e de pessoas usuárias de substâncias psicoativas. A importância das parcerias entre Poder Público e organizações não governamentais como estratégia para o enfrentamento destes problemas sociais. Estes foram os pontos chave abordados durante 1º Forum Contra Drogas E Em Favor da Vida realizado pelo Conselho Municipal de Políticas Públicas Sobre Drogas (Comad) em parceria com a Prefeitura, na noite de ontem (17), na Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce (Fadivale).
O motivo que definiu a pauta do evento é o número crescente na cidade destes dois públicos e da necessidade de políticas consolidadas e eficazes no apoio e assistência dessas pessoas para que possam superar vícios e reconstruir a vida longe da realidade das ruas. Segundo dados do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) do município, no ano de 2021 foram abordados pela equipe de Abordagem Social 466 usuários, sendo 71 usuários de substância psicoativa (SPA) e 78 migrantes. No ano de 2022, até o presente momento, a equipe de Abordagem Social abordou 331 pessoas, sendo eles 43 usuários de SPA e 54 migrantes.
Um dos palestrantes do Fórum, o coordenador do Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Governador Valadares (CREAS) e psicólogo atuante na área de dependência química desde 2016, Jean Barbosa Bastos, disse ser importante ressaltar que nem todo usuário de SPA faz parte da população em situação de rua. “Buscamos esclarecer quais as principais causas que levam a este cenário, cada um em sua especificidade, e o que o município tem feito para minimizar esses impactos cenário, compreendendo que são dois públicos distintos”, ponderou.
Para o presidente do Comad, Ageu José Pinto, o mais importante é despertar o interesse de autoridades e sociedade para as parcerias que possam fortalecer as frentes de ação de maneira eficaz. “A partir de dados reais que o município dispõe, queremos que mais pessoas se envolvam, criando estratégias conjuntas com o Poder Público com resultados mais assertivos. Não podemos desperdiçar esforços e precisamos melhorar a ajuda hoje oferecida a estas pessoas. Por isso, entendemos que é preciso reeducar nosso principal parceiro que é a sociedade civil que acrescenta muito aos conselhos e ao governo do município”, disse ao justificar o assunto tratado pelo segundo palestrante, o diretor social do Centro Social Batista Nacional, de Belo Horizonte, Jefferson Silva de Oliveira que falou sobre o processo para a criação de ONG´s e a importância destes organismos nesse contexto. “A sociedade civil precisa ir além de doações ou fornecimento de alimentos, é preciso capacitá-la para conhecer a história de vida e familiar destas pessoas e assim identificar as demandas de atenção psicológica e psíquica que possam ter e direcioná-los aos equipamentos públicos para conseguirem reverter a situação em que se encontram”, defendeu.
Ageu Pinto ainda destacou que Valadares é uma cidade eixo e que por isso precisa potencializar as instituições capazes de atender as pessoas migrantes para que consigam o tratamento necessário e possam retornar aos seus municípios de origem. Por isso, a aposta para uma segunda edição do Fórum é que abarque também os municípios vizinhos que devem partilhar o compromisso e a responsabilidade em solucionar essas questões. “O direito de ir e vir, assegurado em lei, é para todos “, garantiu.
por Secretaria de Comunicação e Mobilização Social